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A força das missões transculturais

3 de fevereiro de 2021 | NOTÍCIAS DA MISSÃO | 0 Comentários

Mais do que uma sigla, a Adventist Frontier Missions (AFM) é um lugar para você servir as missões transculturais enquanto vê o mundo pelos olhos de Deus. Família apoia o trabalho e se envolve totalmente na missão.

No Brasil desde 2015, a Adventist Frontier Missions (AFM Brasil), sediada no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp campus Engenheiro Coelho), participa da missão de alcançar os não alcançados nesta geração. Nesta entrevista, o pastor Diogo Lemos dos Santos, ao assumir a presidência da agência sul-americana aos 33 anos, fala da Mongólia, relembra milagres, compartilha a visão de longo prazo e se emociona por ver vidas transformadas. Formado em Teologia pelo Unasp e Administrador de Empresas pela FAESA, é casado com a professora Gabryelle Santos, pais do Lucas e Ester.

Como é Diogo Santos por Diogo Santos?

Conciso, disposto, dedicado e assertivo. Adoro dedilhar meu violão clássico. Sou apaixonado por minha família e amo servir a Igreja Adventista.

Você já viajou o mundo. Por que serviu na Mongólia?

Dois anos antes de ir para Mongólia ouvi uma palestra do pastor Elbert Kuhn (atual secretário Mundial do Serviço Voluntário) que na ocasião trabalhava no país. Brinquei com minha esposa: “já pensou irmos para lá?” A coisa deu certo. Não pensamos duas vezes em dar a resposta.

Veja também reportagem sobre AFM Brasil:

Trabalhar em missões transculturais muda a cabeça?

Você vira outra pessoa. Passar pelo choque cultural é o aprender de se esvaziar à semelhança de Cristo para se fazer um com eles.

Isto aconteceu de repente?

Foi um processo. Alguns levam meses; outros levam anos. Mesmo missionários de curtíssimo prazo experimentam isso. Por exemplo, vi jovens e adultos, de diferentes nacionalidades, dizerem: “ah, agora faz sentido a missão da igreja”.

Desafios na Mongólia

Quais foram seus maiores desafios na fase inicial do trabalho?

Crescemos vendo o mundo a partir de nossa própria cosmovisão. Só que valores como respeito, prestígio, tempo e outros, variam de lugar para lugar. No meu caso para conviver entre os mongóis tive que abrir mão de valores pessoais como privacidade e comunidade.

Como foi a hora de trazer a equipe da Mongólia para visitar o Brasil?

Foi uma verdadeira odisseia (risos) ocorrida em julho de 2019. Embarcamos na Mongólia com apenas metade dos recursos, apesar de um ano de planejamento. Porém, eu tinha convicção que o fruto desse choque cultura, ao visitar o Brasil, seria importante. Lembrei de Ellen White: “Os meios de que dispomos talvez não pareçam suficientes para a obra; mas, se avançarmos com fé, crendo no todo-suficiente poder de Deus, abundantes recursos se nos oferecerão”.

Houve reações durante o processo de visita, intercâmbio e aprendizado?

Os resultados não poderiam ter sido melhores! Hoje a Mongólia tem outra escola! Um movimento de pivotagem aconteceu. Manuais foram revisados, bem como rotinas, nível de higienização, marketing, mídias sociais, processo de matrículas, perfil docente, estrutura física. Deus superou em muito toda a expectativa que tínhamos e, claro, voltamos sem dever a ninguém (risos). Preciso agradecer ao Unasp tricampi que nos ajudou muito nesse processo, ao Instituto Adventista de Tecnologia, União Central Brasileira e a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista.

Sobre a AFM Brasil

Os doares são importantes no suporte a missão transcultural?

São vitais! Missão precisa de recursos. A Igreja na América Latina é fruto do esforço e recursos missionários. Olhando para o enorme potencial que pela graça de Deus hoje temos, penso que poderíamos fazer mais. Quanto mais voluntários doadores mais poderíamos fazer no campo. A relação é direta e proporcional.

Quais são os sonhos imediatos da AFM Brasil?

Preencher todas a vagas. Que mais voluntários preguem e sirvam em contextos desafiadores. Prepará-los tecnicamente, supervisioná-los no campo e auxiliá-los na readaptação ao Brasil. Tudo isso ao menor custo possível!

O que faz brilhar os olhos dos jovens que se inscrevem na AFM mesmo conscientes dos desafios?

Resposta fácil: o amor em salvar pessoas. Eu vivi momentos desafiadores e senti muitas vezes Deus nos pegar no colo, como quando vi um anjo velando meu filho. Mesmo assim, o que derrete o coração é ver o Espírito Santo mover.

Como funciona a AFM Brasil?

A Adventist Frontier Missions é um ministério de apoio reconhecido pela Igreja Adventista em nível mundial. Levamos isso a sério ao ponto que nossos projetos passam por votos Associações/Missões e Divisões. Isto dá segurança em todo o processo, do envio ao retorno ao Brasil.

Qual é o perfil de voluntários mantidos pela AFM Brasil hoje?

Temos missionários de curto e longo (1-4 e 5-20 anos) prazo espalhados por todo o mundo. Esses projetos são sustentados por doações, porém, há casos com contrapartida da Associação, União, Divisão e até da Associação Geral.

Existe interação da AFM/Brasil com o Serviço Voluntário Adventista (SVA)?

A interação da AFM com o SVA é de total parceria, cordialidade e complementaridade. Estamos na mesma missão embora em pontos diferentes.

Que motivação final você deixa para quem deseja viver a missão em mão dupla?

Quer viver II Coríntios 5:18? Deixe os holofotes no aeroporto e se inscreva em nosso site! Embora sucesso missionário não meça em números, Deus pode permitir que vejamos os resultados como o privilégio que tive de conduzir ao batismo Munguu. Foram três anos de luta falando do reino de Deus até o belo dia em que ela pediu para ser batizada. Missão produz para eternidade!

 

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